terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ressonâncias do ontem que ainda não aconteceu

por Alessandro Rivellino e Samira Abdalah


Criaturas estranhas. No names. Sem identidade. Não história.
Apenas potência para sensações.
Corpos acoplando-se.
Sem copulação de corpos acoplados sobrepostos uns aos outros.
No way to know who they are.
Eles não são.
Negação da negação.
Figuras bizarras plus rostos aterrorizantes plus scary faces.
Por detrás de tudo, o magnífico fazer da arte.
Artistas?
Nops. Nada disto.
Criaturas. Corpos moventes.
Não há necessidade de saberem o porque de fazerem o que fazem.
Movem-se a partir daquilo que os motiva a mover.
Imagens surrealistas.
Não-narrativas.
Ampliação de percepção.
A pele que sente e move.
Escamosa, manchada, derretida.
"o cheiro da carne é doce".

sábado, 3 de agosto de 2013

Talking Heads

por Zé Joker


começo procurando as coisas que não me levarão a algum lugar, quero dizer, não importa o que eles dizem,
dar um salto pra fora da roda-gigante-maquinário-de-que-isso-me-serve?
tudo aquilo que me leva pra não sei onde e que me incita o desejo de ficar, de estar, de fazer exatamente aquilo que estiver fazendo espelho onda quebrar e falta de córnea
então eu me peguei, digo me peguei porque havia mesmo uma imagem de mim mesmo fora de mim mesmo olhando pra mim, e daí do suco esquizofreio, pera aí, reconheci um jeito de espalitar os dentes, mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo naquela hora, escorado na porta da sacada, olhando nuvens gasificarem rosa e eu inventando títulos pra cenas que existem mas não foram feitas ainda, da única maneira de agarrar o céu,  exatamente como meu pai palitava os dentes, eu quebrando barreiras e padrões, fazendo diferente do velho
e pá, aquilo que meus neuronio-espelho aprendero sem minha
cabeça macaca quadrada
então eu pensei que precisava escrever e eu pensei que escrever poderia ser usado mesmo como escrita pra alguém ler e então eu desisti, e comecei.
Dos sentimentos proveninentes da beleza efemera
silhueta
start making noise
stop making sense